Artigo
A desconexão entre a liderança e os outros membros da organização — e a força dos gerentes intermediários
Os líderes seniores são responsáveis por lidar com muitos fatores — os contratempos econômicos, as entradas e saídas das organizações, o contexto cultural em que estão liderando… e assim por diante.
Porém, no que se refere ao trabalho do dia a dia, quem está nos escalões mais altos costuma ser visto como distante e com pouco entendimento do planejamento, dos recursos e da execução do trabalho que está sendo feito. Você pode não achar surpreendente, mas a pesquisa Relatório Future of Work Management 2023 da Smartsheet confirma isso. O relatório revela uma enorme desconexão entre os líderes que supervisionam o “trabalho intermediário” e os colaboradores individuais que realmente o executam. As equipes acham que têm poucos recursos, mas, para as equipes de liderança, não é bem assim: 60% dos líderes seniores dizem que suas empresas estão fazendo os devidos investimentos nas ferramentas necessárias para resolver as complicações comuns dos projetos, mas apenas 36% dos indivíduos não executivos concordam.
Este artigo aborda os pontos fortes dos gerentes intermediários, entre o nível executivo e os trabalhadores da linha de frente, e mostra como aproveitar esses pontos fortes para abrir um caminho.
Um elogio aos gerentes intermediários
Vamos logo nos desfazer do estigma. Os gerentes intermediários têm má reputação: o senso comum é de que eles são burocratas e fazem trabalhos irrelevantes — você se lembra de Michael Scott, do seriado “The Office”?
Mas vamos deixar algo bem claro aqui. O trabalho do gerente intermediário é realmente impactante. Como gerente, você não é apenas o elo entre o nível executivo e os outros membros da organização. Você também é responsável por acompanhar o trabalho da equipe, motivar seu pessoal e ajudar o grupo como um todo a lidar com o esgotamento. Você também tem a tarefa de reter talentos, além de contratá-los e integrá-los. Em resumo, você é o verdadeiro ponto crucial da organização.
Você é o elo estratégico
Como elo estratégico, você tem a visão para implementar as estratégias e as habilidades para treinar os membros da equipe. Você tem o poder de conectar a meta da empresa com a forma como sua equipe contribui para iniciativas maiores, no âmbito da organização, para impulsionar a estratégia — principalmente ao reformular sua mentalidade sobre sua função e sobre como resolver os desafios organizacionais.
Reformule sua mentalidade sobre o que você faz.
O que você responde quando alguém pergunta o que você faz? Você pode responder que lidera uma equipe, seja de engenharia, UX ou outras. Reformular sua resposta a essa pergunta pode transformar a maneira como você aborda o trabalho. A nova forma de pensar pode ser “Eu conduzo a estratégia X” ou “Eu facilito a mudança para realizar Y” e pode ajudar você a se alinhar melhor com as metas da empresa.
Pense nos desafios da organização como se fossem seus.
Existem alguns desafios e iniciativas que estão além do seu alcance, exigindo que vários departamentos trabalhem em sincronia em direção a metas finais específicas. O investimento mental de pensar nessas nuances pode ajudar você a criar metas e planos alinhados com metas executivas mais amplas — e tornar sua colaboração valiosa.
Essas mudanças levarão à criação de iniciativas mais alinhadas às metas ou OKRs da empresa, seja contribuindo para o crescimento da empresa, repensando como os clientes usam nosso produto ou impulsionando a demanda.
Você alinha os pontos fortes da equipe com as metas da empresa
Como gerente, você está mais perto dos pontos fortes exclusivos dos membros da equipe. É provável que eles sejam altamente qualificados em uma área específica com a qual o seu gerente e o gerente de seu gerente estão menos familiarizados. Quanto mais alto se sobe na hierarquia, há menos familiaridade com os detalhes de como o trabalho realmente se concretiza.
Isso pode explicar por que, de acordo com nosso Relatório Future of Work Management de 2023, 20% dos líderes do nível executivo sentem que as equipes de projeto normalmente têm falta de pessoal, enquanto esse número aumenta quando nos aproximamos da linha de frente do trabalho: 36% da alta gerência, 41% da gerência intermediária e 43% das pessoas que realizam o trabalho, como colaboradores individuais, funcionários da linha de frente e gerentes de nível júnior, sentem falta de pessoal.
Como gerente, você pode ter uma visão geral e saber o que é necessário para as equipes, do ponto de vista de recursos e suporte.
Desbloqueie sua equipe.
Tradicionalmente, os gerentes foram ensinados a medir as horas gastas em uma tarefa para determinar a eficiência, mas a métrica mais impactante para ter como foco é, na verdade, a observação de resultados. Você pode capacitar suas equipes para executar as tarefas definindo diretrizes claras e identificando como essas tarefas se encaixam diretamente nas metas estratégicas da empresa.
Faça um esforço conjunto para apoiar os esforços da equipe e remover os bloqueadores o máximo possível para que eles possam realizar as tarefas e cumprir metas pessoais. Eles se sentirão mais conectados com a estratégia da organização e reconhecerão o papel de seus esforços para atingir as metas da empresa.
Você gerencia lateralmente
Se você está enfrentando um desafio, é provável que um de seus colegas esteja passando por algo semelhante. Aproveitar as experiências compartilhadas para colaborar e criar alinhamento em toda a organização — ou seja: gerenciamento lateral — pode servir como um catalisador para a mudança que você gostaria de ver.
Compartilhe ideias e ouça as preocupações de seus colegas.
Os encontros individuais regulares criam espaço para fazer perguntas e compartilhar frustrações para que você entenda melhor a situação de seus colegas de equipe. Depois de entender as necessidades e preocupações deles, vocês podem trabalhar em conjunto para resolver questões estratégicas criando uma narrativa forte e um plano de ação claro para obter a adesão da equipe de liderança.
A experiência compartilhada pode se transformar em um grito de guerra que ajuda a desenvolver as habilidades da equipe, preencher melhor as lacunas de recursos ou preparar o terreno para mostrar suas necessidades de modo mais convincente para o nível executivo. Seus colegas são seus maiores aliados.
Você se alinha com a equipe de liderança usando as ferramentas que tem ao seu alcance
Pode não ser possível atender a todas as necessidades de todo mundo de uma só vez, mas é possível mostrar exatamente o que é preciso para fazer o trabalho acontecer. Detalhar o que é preciso para levar uma iniciativa da ideia à realidade pode preencher algumas das lacunas de conhecimento dos líderes seniores, ajudando-os a estar em sintonia com você e seus colegas.
Mostre como a equipe divide seu tempo.
Uma maneira de mostrar como e onde os membros da equipe passam o tempo é fazendo registros. Um documento que registre o tempo médio necessário para concluir determinadas tarefas e projetos ou uma matriz dos processos existentes pode começar a preencher a lacuna de conhecimento entre os membros da equipe e a alta gerência. Essa matriz também pode ajudar você a criar cronogramas de entrega detalhados como parte de seus planos de projeto. Reunir as matrizes e os planos de projeto em um só lugar como o Smartsheet — completo com painéis para facilitar a visibilidade do status do projeto — ajudará a preencher essa lacuna e conectar melhor a estratégia ao trabalho da equipe.
Acompanhe o trabalho com transparência total.
Com plataformas como o Resource Management by Smartsheet, você pode ver a capacidade da equipe, dando à equipe de liderança visibilidade total sobre quem está trabalhando em quê, o que é necessário para realizar o trabalho e quem está livre para assumir o próximo projeto. Dessa forma, a equipe de liderança tem uma noção melhor do tempo necessário para concluir uma tarefa ou projeto. Plataformas como o Smartsheet facilitam a comunicação e dão visibilidade com um clique.
Meça tudo.
Você não pode melhorar algo que não mede — nem pode defender uma solicitação de suporte adicional quando não tem um motivo forte para isso. Depois de começar a medir fatores como eficiência operacional, o seu desempenho em relação a KPIs ou o caminho do seu subordinado direto para o crescimento, você terá um caminho para alinhar as equipes e melhorar a efetividade.
Ser capaz de mostrar onde está o trabalho e quem está fazendo o quê não é apenas comunicar o excelente trabalho que a equipe está fazendo, mas também sinalizar quando há risco em relação a dar conta de tudo ou colocar os esforços em escala à medida que a empresa cresce. Além dessas informações, ser capaz de pensar em como mitigar o risco pode não apenas preencher a lacuna do conhecimento, mas também mostrar como você está se alinhando às metas e aos objetivos gerais da organização.
Ligando os pontos (e as pessoas)
Comunicar o alinhamento às metas e aos objetivos gerais da organização, gerenciar lateralmente, desbloquear a equipe para fazer o que ela faz de melhor: esses são apenas alguns dos pontos fortes que os gerentes podem aproveitar para preencher a lacuna entre a liderança e todos os outros membros da organização.
O tema ao qual sempre acabamos voltando é colocar-se no lugar do outro — seja do gerente do seu gerente, seu colega ou seu subordinado direto. Esse tipo de conexão e consideração forjará o alinhamento até a alta gerência. Preencher essa lacuna depende de mostrar uma imagem clara do trabalho que está sendo feito, com o respaldo de dados facilmente digeríveis para as partes interessadas e líderes. Com toda essa comunicação, exibição de dados e internalização dos desafios da empresa, considere a conexão o seu KPI não oficial, que ajudará a encontrar um caminho a seguir — seja no gerenciamento para cima, para baixo ou lateral.
Da desconexão com a liderança às principais tendências e desafios, o Relatório Future of Work Management 2023 revela o estado atual do gerenciamento de projetos, além de maneiras mais práticas de abordar o trabalho baseado em projetos para maximizar o sucesso e o bem-estar dos funcionários.